domingo, 24 de fevereiro de 2008

O Jacinto

O Jacinto é o segundo da esquerda para a direita e eu sou a de calções azuis



O menino do carrinho de rolamentos , que ele construía com paciência, orgulho e amor.
O menino livre de sorriso traquina e olhos inteligentes, que descobriam as novidades rapidamente.
O menino que corria descalço pelo quintal quente como se fizesse uma travessia complicada no meio do mato.
O menino doce que era a minha companhia, quando os meus pais trabalhavam e que adormecia vezes sem conta no meu ombro.
O menino que me pregava “as maiores e mais complicadas petas” e ria divertido e feliz quando eu descobria que tinha sido enganada.
O menino que amuava com facilidade mas que depois me abraçava meigo, enquanto lhe contava
uma história acabada de inventar.
O menino que não morreu electrocutado na “geleira”porque tinha uns “chinelos de enfiar o dedo em borracha”, daqueles que se podiam comprar baratos em qualquer loja e que hoje são caros porque se chamam “havaianas”.
O menino que agora é um homem, cinco ou seis anos mais novo do que eu mas que ainda é e sempre será o meu menino...


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