segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Continuação da História sem fim...

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Quando o sol beija a lua antes de ir dormir.

Quando a lua namora o sol, antes de ele partir (pintados por mim)


Pensavam que estavam livres dela??? :) mas não estão, aqui vai mais uma dose.



No palácio estava tudo tranquilo, as formiguinhas seguiam no seu carreiro de volta ao formigueiro, a cigarra vestia a camisola de gola alta para ir jantar a casa da formiga Rabiga, a libelinha Beijo, pintada de azul fazia belas piruetas, os três porquinhos, deitados na despensa, ressonavam que nem porcos deitados na lama, o Lobo Mau fazia várias tentativas para escrever uma carta ao Pai Natal, o Dragão sonhava com a Internet (ela achava que a “net” devia ser uma brasa porque toda a gente falava dela…), os príncipes sentados na lua (quarto crescente) que ficava mesmo ao lado da varanda mais alta do palácio, davam aos pés, suspiravam e encolhiam os ombros enquanto sorriam com ar tímido. A fada madrinha há horas que estava a fazer ovos estrelados para estrelar o céu durante a noite, (era uma grande trabalheira mas ela não podia recusar o part-time que a chefe das fadas lhe tinha arranjado para voltar a encher o mealheiro que tinha levado um grande rombo com o dinheiro que tinha gasto na viagem à Patagónia com o Pai Natal pois logo por azar, as renas nesse dia, estavam cheias de reumático e não os puderam levar. Só o cozinheiro do palácio, Januário Janota, dono do bigode mais farfalhudo e encaracolado do palácio (mas que nesse momento estava mais espetado do que a cauda do dragão) parecia louco, de faca no ar desferindo golpes e mais golpes num inimigo imaginário (ou não...porque o ataque era dirigido ao 1º ministro que por sorte estava bem longe da cozinha, pois caso contrário ainda tinha acabado no tacho a imitar um coelho…). O pobre cozinheiro estava cansado e furioso com a crise, o caldo verde já não era verde, estava amarelo de tantas vezes ser cozido, as batatas já se tinham transformado em batata palha de tanto que ele as poupava, a carne de empadão continuava em greve e ele estava desconfiado que os ovos também tinham feito greve porque já há uns dias que não encontrava nem um ovo “Como é que vou fazer o jantar? Isto é muito grave! Se apanho o 1º papo-o…”gritava o cozinheiro enfurecido. De repente lembrou-se que o Lobo Mau queria ser vegetariano e resolveu arrasar com um jantar verde (cor maravilhosa mesmo em alturas más…), fazendo peixinhos da horta, acompanhados com brócolos , que estavam a enfeitar a jarra da cozinha…o bigode do cozinheiro voltou a encaracolar e apesar do alivio que sentia por ter terminado a ementa do jantar Januário Janota ainda resmungava contra o 1º ministro e ia dizendo entre dentes que na primeira oportunidade o apanhava e ainda o ia pôr a cantar “eu não sei o que me aconteceu…foi feitiço o que é que me deu…” ou então “andei barbado, sujo e descalço, como um monangamba(…)e perdido me deram no morro da Samba…”nem que tivesse que pedir ajuda às ajudantes das bruxas. E com um sorriso matreiro foi cortar o feijão verde para fazer os peixinhos da horta…


Continua…um dia destes…


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